Ramses II VS Camus de Aquário e Afrodite de Peixes

Sob o sol abrasador do deserto, a imponente pirâmide de Ramsés II, o Faraó dos Faraós, dominava o horizonte, elevando-se com uma grandiosidade que desafiava o próprio tempo. Suas colossais paredes de pedra calcária refletiam a luz dourada do sol, como se absorvessem a essência de Amon-Rá, o deus solar. Cada bloco parecia esculpido com precisão divina, formando ângulos perfeitos que projetavam sombras nítidas no chão arenoso. No topo, uma ponta de ouro maciço brilhava intensamente, quase como se quisesse tocar o céu, simbolizando a ligação entre os mortais e os deuses. Hieróglifos detalhados adornavam sua superfície, narrando as conquistas de Ramsés, os feitos de sua era e os segredos de seu poder divino.

A pirâmide estava envolta em um manto de mistério e reverência. Ao redor, estátuas gigantescas de esfinges e guerreiros antigos formavam um círculo de guardiões eternos, seus olhos de pedra vigilantes, protegendo o santuário de qualquer alma que ousasse se aproximar sem a devida reverência. Colunas decoradas com imagens de Amon-Rá, Ísis e Anúbis, erguiam-se em fileiras simétricas, criando um caminho de sombras e luz que guiava os escolhidos para o coração do monumento. Sob o olhar severo dos deuses, cada pedra vibrava com uma energia antiga, uma força quase palpável que fazia o ar ao redor pulsar com um calor sobrenatural.

Ao entrar no interior da pirâmide, a atmosfera mudava. O calor do deserto do lado de fora cedia lugar a uma frescura opressora, quase gelada. A luz do sol não mais penetrava as espessas paredes, mas uma iluminação dourada suave emanava de tochas de fogo eterno, alimentadas pela própria energia de Amon-Rá. O ar era pesado com o cheiro de incenso e mirra, cada passo ecoando pelas câmaras vastas, ressoando em um silêncio antigo que parecia observar todos os que ousassem caminhar por ali.

As paredes internas estavam adornadas com mosaicos de ouro e lápis-lazúli, retratando Ramsés II em sua glória, trajando sua Armadura de Atenea Khopesh, que brilhava em cada cena. Feita de um material semelhante ao Zylon, a armadura era uma fusão de resistência e poder divino, irradiando uma luz própria. Seus contornos eram afiados, como se a própria armadura pudesse cortar o ar ao ser movida. As bordas do khopesh, a espada curva tradicional dos antigos guerreiros egípcios, estavam embutidas em seu design, simbolizando não apenas proteção, mas a ameaça de destruição rápida e precisa. As inscrições ao redor da armadura contavam histórias de vitórias épicas, batalhas travadas sob o sol inclemente, e a benevolência dos deuses, que forjaram aquele presente em sua luz imortal.

No centro da pirâmide, uma câmara monumental aguardava, onde tronos de pedra em formato de leões dourados observavam um altar majestoso. Acima, um círculo de espelhos de cristal alinhava-se com o teto aberto, permitindo que a luz do sol penetrasse em momentos exatos do dia, banhando a câmara em uma explosão de luz dourada, amplificada até as paredes parecerem arder em chamas solares. Ali, a Armadura de Atenea Khopesh repousava em um pedestal de obsidiana, cercada por um campo de energia que cintilava em uma coloração dourada e vermelha, refletindo a aura do guerreiro que habitava aquele espaço.

O guerreiro de Ramsés II, imortalizado pela bênção de Amon-Rá, permanecia ali, como se estivesse em um sono eterno, aguardando o momento de despertar. Seus olhos, mesmo fechados, exalavam poder e determinação. Ele vestia a armadura com uma naturalidade digna de um deus entre os homens, e suas mãos envolviam o cabo de seu khopesh com a firmeza de quem já havia governado exércitos e derrubado impérios.


Este não era um lugar para os fracos. Apenas os dignos poderiam suportar a pressão daquele santuário, onde o poder dos deuses e a glória de Ramsés convergiam em um só ponto. O silêncio da pirâmide era uma promessa — uma promessa de poder para aqueles que se provassem dignos e de destruição para os que ousassem desafiar o faraó dos faraós em sua morada eterna.

O vasto salão parecia adormecido, tão quieto que se podia ouvir os próprios pensamentos dançando nas sombras que decoravam as paredes. As palavras de Afrodite, carregadas de desprezo, e a determinação de Camus ecoaram pelo ambiente, serpenteando como serpentes pelos pilares entalhados e corredores milenares. Ali, onde o tempo parecia ter parado, algo profundamente ancestral e vasto despertou.

Ramsés II, o Grande Faraó, Rei dos Reis, Senhor de todas as Terras, sentiu o peso das palavras dos intrusos antes mesmo que seu corpo reagisse. Em algum ponto, além do véu que separa o sono da vigília, ele ouviu a palavra “indigente”, e ela ressoou em sua mente como um açoite. A palavra feriu como uma lâmina de gelo, atravessando suas memórias, seus feitos, suas batalhas, suas conquistas. Em um piscar de olhos, uma fagulha acendeu-se em sua alma adormecida, e um cosmo intenso, como o sol despontando no horizonte, invadiu aquele espaço sagrado.

"Como ousam?! Insetos..."

Ele abriu os olhos lentamente, e o silêncio foi engolido por uma presença esmagadora. O cosmo de Ramsés se acendeu com uma ferocidade que o fez brilhar como o próprio Amon-Rá. O ar ao redor tornou-se espesso, o calor irradiando de seu corpo como as areias do deserto em meio ao escaldante meio-dia. Ele ainda estava sentado, mas a grandiosidade de seu poder já envolvia cada canto do salão, um lembrete para aqueles que ousavam questionar o valor de seu reino.

“Eles acreditam que podem invadir minhas terras e menosprezar minha história?”" Ramsés pensou, suas lembranças desfilando diante de seus olhos como o Nilo correndo incessantemente. “Esses estrangeiros, em suas armaduras douradas, jamais compreenderão o que significa governar sob o olhar implacável dos deuses.”"

Com um movimento deliberado, ele estendeu a mão até o khopesh descansando ao seu lado, a espada curva que tanto o acompanhara em vida, símbolo de justiça e poder. Ao toque de seus dedos, o khopesh reluziu, sua lâmina refletindo uma luz ardente e dourada. Em sua outra mão, ergueu o escudo que simbolizava a proteção de Amon-Rá, e com um único gesto de comando, sua armadura sagrada, a Armadura de Atenea Khopesh, envolveu seu corpo. Aquela relíquia reluzia, refletindo o brilho de mil estrelas ardentes e o poder de todos os deuses de Kemet, como se o próprio sol pulsasse em cada parte da armadura.

Com uma calma calculada, Ramsés pôs-se de pé, observando os cavaleiros à sua frente, sua voz como um trovão ecoando pelas paredes do templo:

— Ousam julgar minha cultura e meu legado, como se suas palavras tivessem peso sob o sol egípcio? — Sua voz carregava a sabedoria e a força de milênios, uma presença que preenchia o salão com uma autoridade avassaladora. — Eu sou Ramsés II, o Faraó dos Faraós, escolhido pelos deuses, abençoado por Amon-Rá. Cada pedra desta pirâmide foi erguida pelo meu povo, cada vitória inscrita na história por minha mão. Quem são vocês para desafiar minha grandeza? —

Ele deu alguns passos em direção aos cavaleiros, o som de seus pés ecoando como o passo de uma fera antiga. Seu olhar varreu a figura de Camus, a frieza do aquariano contrastando com o calor abrasador do seu cosmo. Depois, repousou seu olhar sobre Afrodite, o qual se enchia de arrogância, refletindo a beleza impiedosa das rosas que adornavam sua armadura. Um sorriso contido, quase debochado, dançou nos lábios de Ramsés.

— Vocês falam de um legado, um “legado digno”. Mas o que sabem vocês sobre sacrifício? —  A pergunta reverberou pelo salão, como um eco vindo dos confins do tempo. — Meus exércitos marcharam por terras que vocês jamais imaginariam, sob o sol implacável e as tempestades do deserto. Enfrentamos não só inimigos de carne, mas espíritos e demônios nascidos das areias eternas. A minha cultura, a minha história, são as de um povo que resistiu, floresceu e venceu sob a bênção e a ira dos deuses. —

Uma aura dourada pulsou em volta de Ramsés, inflamando-se com a Chama Solar de Amon-Rá, elevando-se como um manto em chamas que engolfava o ambiente, intensificando o calor, tornando o ar quase insuportável. A energia o cercava, assemelhando-se ao sol de meio-dia, queimando, impiedosa, mas carregada de uma majestade indiscutível.

— Que venham então, santos de Atena, provar se possuem a força que tanto proclamam —  ele continuou, a intensidade de seu cosmo queimando cada vez mais. — Mas saibam disso: suas flores murcharão sob o calor do meu deserto, e o gelo de vocês, cavaleiro de Aquário, derreterá até se dissolver no chão que pisam. —  Seus olhos brilharam com um misto de compaixão e desprezo, um olhar digno de um faraó cuja paciência era finita. — Pois eu sou Ramsés, e vocês, filhos da Grécia, não passam de pó perante minha luz. —

Ele ergueu o khopesh, sua lâmina ardendo como o sol nas dunas, e aguardou.

1 –  Se o golpe acertou ou não fica a cargo do oponente/ narrador.

Enquanto Ramsés mantinha sua postura altiva, percebeu o avanço de seus oponentes. Camus de Aquário, com um movimento fluido e frio, estendeu a mão e fez o gelo começar a se formar ao redor dos pés do faraó, tentando prendê-lo. Simultaneamente, Afrodite de Peixes lançou uma rajada de suas rosas negras, carregadas com uma intenção mortal e letal.

Mas Ramsés, com um olhar de desprezo nos olhos dourados, apenas ergueu seu cosmo, uma onda intensa e abrasadora irradiando de seu corpo. A energia que emanava de Ramsés era um calor tão feroz e absoluto que, em um instante, transformou o ar ao redor em um turbilhão de luz. Atrás dele, surgiu a imagem de um sol escaldante, um disco flamejante que pulsava como o coração do próprio Amon-Rá. O gelo de Camus derreteu antes de sequer se firmar, o calor avançando por suas pernas e impedindo que qualquer frio o atingisse. Quanto às rosas negras de Afrodite, elas se desintegraram em cinzas, sem sequer conseguir tocar o faraó.

Ramsés soltou uma risada amarga, carregada de escárnio, enquanto seus olhos faiscavam.

— Isso é tudo que os lendários Cavaleiros de Ouro de Athena têm a oferecer? — sua voz soou clara, mas com um peso que quase parecia tangível. — Congelar meus pés? Lançar flores mortas ao vento? Vocês sequer entendem o poder de um verdadeiro governante? Eu sou Ramsés, filho do Sol, herdeiro de uma linhagem de glória e conquistas reais, não dessas vãs promessas de justiça que vocês defendem. Seus golpes são fracos, suas intenções desprovidas de qualquer verdadeira força! Não há chama nas suas vontades, nenhum poder para sustentá-los. É patético.—

Ele ergueu a mão, o cosmo queimando em um rubro feroz. A esfera solar que se formou em sua palma era monumental, uma massa de energia incandescente que parecia conter em si o próprio fogo do deserto. Com um movimento firme, ele lançou a enorme bola de fogo em direção a Camus e Afrodite.

A intensidade do calor era avassaladora. A medida que a esfera avançava, o ar se tornava irrespirável. O calor fazia com que o suor dos rostos dos dois cavaleiros evaporasse no instante em que surgia, criando uma camada de vapor ao seu redor. As armaduras de ouro, que tantas vezes os protegeram em batalhas mortais, começavam a se aquecer como brasas, e o calor se infiltrava por entre as placas, queimando seus corpos. As próprias armaduras, insuportáveis, se tornavam uma tortura para aqueles que as vestiam.

— Sintam a Chama Solar de Amon-Rá, fracos! — bradou Ramsés, o poder de sua voz se elevando com a intensidade da esfera de fogo que rugia contra eles. — Perante o poder do verdadeiro sol, vocês nada mais são do que sombras frágeis, destinadas a desaparecer!—


Notas:
1- Chama Solar de Amon-Rá (Sekhem Amon): Ramsés invoca a fúria do sol, criando uma enorme esfera de fogo solar que incinera tudo em seu caminho.

A aura de glória que emanava do trono de Ramsés tremulava diante da investida dos cavaleiros de ouro, mas o semblante do Faraó permanecia inabalável, ainda que o poder de Camus reverberasse pelo salão. A execução de gelo do aquariano avançava com a fúria de um inverno eterno, mergulhando o ambiente no frio absoluto e cerzindo a luz ao redor em um cintilar gelado. Por um breve momento, Ramsés foi engolido pela geada celestial que se formava ao seu redor, e a temperatura do salão caiu drasticamente, transformando o ar numa névoa densa de partículas de gelo.

O chão estalava sob a pressão intensa da Execução Aurora, o gelo avançava velozmente como um tsunami gélido, e então — com um estalido que parecia ser o próprio grito do universo contra um ser divino — o cosmo do faraó foi envolvido pelo abraço mortal do frio. Ramsés não resistiu. Seu corpo foi selado em uma prisão de gelo puro, que reluzia com o brilho do poder absoluto do Aquário. A imensa figura estava imóvel, uma estátua sublime e trágica de um deus aprisionado pela justiça cósmica dos Cavaleiros de Atena.


Afrodite e Camus pareciam ter superado seu oponente. Por um instante, o frio trouxe a esperança da vitória — mas então, no centro daquela prisão de cristal, algo brilhou. O olho direito de Ramsés, ainda visível através da camada de gelo, acendeu-se como uma estrela renascida. Um clarão dourado, um raio que perfurava as profundezas da noite eterna. Era o símbolo do olho de Hórus, o olhar divino que transcende o véu da morte e da derrota. Aquele olhar não era apenas um lampejo de energia, mas sim a ira de um deus que se recusava a se curvar.


Uma pressão cósmica descomunal envolveu o salão, e o gelo que cobria o faraó começou a rachar. Linhas finas se espalharam por toda a prisão congelada, e o calor que emanava de Ramsés era tão intenso que fez o gelo brilhar em uma aura incandescente. Com um rugido abafado, a prisão de gelo desmoronou em mil fragmentos reluzentes, lançando uma onda de choque flamejante em todas as direções, inclusive, danificando parte da cura provida por Afrodite. O poder de Ramsés desabrochou como o sol nascente, dissipando a neblina gélida em uma tempestade de calor.

Os olhos de Ramsés agora queimavam com a fúria do próprio Hórus. Ele ergueu seus braços ao céu, e seu cosmo tomou forma, aumentando sua intensidade a cada batida de seu coração divino. Do firmamento, um falcão colossal de energia cósmica emergiu, seus olhos resplandecendo com a força implacável da justiça solar. Suas asas, enormes e majestosas, tremulavam como chamas ao vento, dissipando qualquer resquício de frio ao seu redor. A presença do deus-falcão era esmagadora, cada batida de suas asas trazia consigo o poder das areias ardentes do deserto e do próprio sol que ardia sobre o Egito.

— Vocês ousam desafiar um Deus?! —  a voz de Ramsés retumbou, cheia de desprezo e cólera divina. — Que a ira de Hórus purifique a vossa insolência! —

O céu escureceu momentaneamente, e de dentro de uma espiral de luz dourada surgiu o imponente falcão cósmico, com asas que se estendiam como um eclipse sobre a paisagem. Era a encarnação do deus Hórus, o protetor de Egito, e sua presença elevou a temperatura do ar, fazendo os corações dos oponentes baterem em um ritmo frenético de pavor. As asas do falcão rasgavam o céu com precisão mortal, e suas garras cintilavam com a luz do sol, como lâminas feitas da própria energia cósmica.

— Heka Horus! —

Com um movimento rápido, o falcão desceu dos céus com a fúria de uma tempestade solar, seus olhos focados nos cavaleiros de ouro. Cada bater de suas asas era como o som do trovão, e o calor emanava dele em ondas palpáveis que tornavam o ar quase irrespirável. A criatura desceu em um mergulho fatal, suas garras resplandecendo como lâminas douradas forjadas nas profundezas do sol. O impacto seria devastador, uma força destrutiva que parecia estar muito além dos limites do cosmo humano.
O silêncio que seguiu foi ensurdecedor. Ramsés estava de pé, incólume, seu olhar queimando com a chama inextinguível do antigo Egito. Seu cosmo ainda ardia como um sol em miniatura, brilhando com uma fúria ancestral que parecia infinita. O salão, outrora dominado pela geada gélida de Camus, agora reluzia com o brilho ofuscante da luz solar que emanava do corpo do faraó. As pétalas brancas de Afrodite, que antes flutuavam graciosamente pelo ar, agora eram consumidas pelas chamas cósmicas, reduzidas a cinzas antes de sequer tocarem o chão.

— Vocês não são nada diante de meu poder! — declarou Ramsés com um tom de triunfo. — Eu sou Ramsés Segundo, o escolhido de Rá, o senhor da luz e da vida! —

A atmosfera era sufocante, um presságio de que algo muito maior estava por vir. O Faraó estava longe de ser derrotado, e a batalha mal começara...

Notas:
1- Fúria de Hórus (Heka Horus): Ramsés II invoca o poder do deus falcão Hórus, canalizando sua fúria em um ataque devastador. Ele ergue seus braços ao céu e convoca um falcão gigante de energia cósmica, que rasga os céus com suas asas e mergulha sobre o campo de batalha. O falcão ataca seus inimigos com garras afiadas como lâminas, representando a justiça implacável de Hórus. Cada golpe do falcão de energia é infundido com a força do sol e o poder da visão divina, permitindo a Ramsés atingir seus inimigos em seus pontos mais fracos, mesmo que estejam ocultos ou protegidos por poderosas defesas.

Rosas brancas  =  É a técnica mais poderosa dos Cavaleiros de Peixes.Consiste em uma única rosa branca que, assim que sai da mão do Cavaleiro de Peixe, perfura o coração do alvo e absorve todo o seu sangue, até a morte.



As legendas 1 e 2, o acerto fica a critério do narrador. Apenas contatei os danos que o ataque provoca.

Ramsés permanecia de pé no trono de seu próprio domínio, mas agora seu corpo começava a ser corroído pela combinação mortal dos ataques dos cavaleiros de Athena. O Pó de Diamante de Camus o atingira como um vendaval cortante, envolvendo sua forma majestosa em uma carapaça gélida que consumia seu poder divino, lentamente forçando cada músculo a congelar. O frio não era apenas físico, mas parecia atacar o âmago de seu cosmo, arrancando pedaços de sua essência com cada segundo que passava.

Antes que pudesse sequer processar a intensidade do ataque de Camus, um segundo golpe veio com a precisão de um carrasco. Afrodite, com sua graça cruel, havia lançado uma Rosa Diabólica Real que perfurou diretamente o peito do faraó. A dor era lancinante, uma mistura entre ardência e pressão insuportável, como se a flor estivesse se enraizando diretamente em sua alma. A rosa, inicialmente tão impecável em sua brancura, começou a tingir-se de vermelho, alimentada pelo sangue e pelo veneno que agora corria em seu corpo. Ramsés pôde sentir o calor tóxico da rosa infiltrando-se em suas veias, enquanto o gelo continuava a devorar sua carne.

O rei dos reis, porém, não era um homem comum, nem mesmo um simples deus; ele era Ramsés, o Escolhido do Sol, a manifestação viva do poder de Ra. Seu corpo vacilava, mas sua vontade permanecia inabalável. Cada fio de dor, cada golpe sofrido, era absorvido por ele como combustível para seu cosmo. O ambiente ao seu redor começou a vibrar, e a opressão de sua presença se intensificou. O frio que antes o dominava agora era confrontado por um calor abrasador, um último suspiro de sua grandiosa existência.

Seu olhar, antes altivo e imponente, agora carregava a fúria e o orgulho de um deus desafiado. Ele ergueu lentamente a cabeça, seus olhos brilhando como sóis em miniatura, fitando diretamente Camus. Sua voz, rouca e impregnada de autoridade, ecoou no salão, mesmo enquanto o veneno corroía seus sentidos e o gelo petrificava suas articulações.

— Vocês ousaram enfrentar um deus... Mas ainda não compreendem o que significa desafiá-lo. Se acreditam que podem me derrotar, então aprendam... aprendam o preço de ofender o Rei dos Reis! —

Ramsés estendeu sua mão direita, que tremia com esforço, enquanto o cosmo ao seu redor explodia como uma tempestade solar. O chão rachou sob seus pés, e um brilho dourado intenso envolveu seu corpo. Com um grito ensurdecedor, ele invocou o ápice de sua técnica: o Poder do Nilo.

Um turbilhão de água sagrada emergiu de suas mãos, girando com tamanha força que parecia deformar o espaço ao redor. Correntes vastas e violentas, carregadas com a força ancestral do Nilo, avançaram como serpentes líquidas, cercando Camus antes que ele pudesse reagir, enquanto seu golpe ainda atingia o faraó. A água o envolveria completamente, arrastando-o para dentro de sua força esmagadora.

Ramsés se inclinou para frente, canalizando tudo o que lhe restava para garantir que Camus fosse aniquilado. Seus olhos ainda brilhavam, mas agora o corpo do faraó mostrava os sinais do inevitável. O gelo já cobria parte de seu torso, avançando para seus ombros, e a rosa em seu peito parecia pulsar, absorvendo sua energia divina. A flor atingiu um tom rubro tão vivo que parecia prestes a explodir.

— Você virá comigo, Cavaleiro de Aquário... ao inferno egípcio! Eu mesmo guiarei tua alma para o Duat! — Rugiu Ramsés, com uma força quase sobre-humana, mesmo quando suas pernas começaram a ceder.

O ataque atingiria Camus com força total, e o cavaleiro seria lançado contra os destroços do trono, envolto pela torrente destrutiva do Nilo. Ramsés, por sua vez, tombou de joelhos, seu corpo já estava completamente envolvido pelo gelo. Sua respiração era pesada, mas seu semblante ainda mantinha a dignidade de um rei. Ele olhou para Afrodite, que permanecia a distância, silencioso e observador, enquanto a rosa em seu peito brilhava pela última vez.

— Eu caio Cavaleiro... Mas não me curvo... Nem mesmo para sua Athena, ninguém jamais poderia dobrar minha vontade... — murmurou, antes de seu corpo finalmente sucumbir, congelado e envenenado, mas imortalizado como um símbolo de poder absoluto.

Notas:
1 - Poder do Nilo (Iteru Sekhem): Ramsés controla as águas sagradas do Nilo, invocando ondas avassaladoras ou grandes correntes que aprisionam seus oponentes.

1 – Rosa adagas: Esta técnica consiste na criação de várias rosas azuis que são lançadas no alvo. Uma vez lançadas, estas rosas cravam no alvo, perfurando-o como verdadeiras facas.



2- Habilidade de restauração utilizado no Epi G